quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Porquê resistir?

Os olhos continuaram a fitar-se, enquanto ele desfazia o laço do cinto do roupão. Observou o calor aumentar no azul profundo dos olhos, ouviu-a prender a respiração. Beijou-a na boca, absorvendo o seu sopro, enquanto as mãos subiam e desciam pelos lados do corpo, por baixo do roupão.
- Agora…. – Murmurou ele.
Ficou surpreso por ter de reprimir um tremor que ameaçava sacudi-lo, ao mero contacto das pontas dos seus dedos com a carne dela.
Ela deixou que o corpo seguisse o seu impulso, erguendo os braços para o enlaçar.
Ele pretendia ir devagar, saborear, levar ambos de um nível para o outro, pouco a pouco. Mas, no instante em que a boca dela reagiu à sua, no momento em que aquele corpo se comprimiu contra o seu, a ânsia dominou-o por completo. Era como se tivesse esperado durante toda a sua vida para saborear, provar, tocar, possuir aquele corpo.
Ele afastou o roupão dos ombros e mordeu-os. Ela soltou um grito abafado, de prazer e de choque. Desesperada por mais, puxou o casaco dele, arrancou-o, largou-o no chão. A boca dele comprimia-se contra a sua, enquanto ela arrancava a gravata e ambos cambaleavam para a cama.
A luz que entrava pelas janelas diminuía com o crepúsculo. O relógio de pé no vestíbulo bateu as cinco horas. Depois, os únicos sons ouvidos no quarto foram murmúrios e ofegos.
Ela rolou com ele sobra a colcha, afundou-se, deslizou. Os seus dedos tentavam desabotoar a camisa, enquanto ele abria o roupão. O peso dele fazia com que se afundasse nas cobertas. Era como afundar-se em nuvens de seda, pensou ela. Um momento depois ele cobriu um seio com a boca e ela não pensou em mais nada.
Fogo e luz, as lâminas afiadas do desejo, o ímpeto desvairado da luxúria. Ela foi dominada por completo, sentiu o sangue a ferver. Um grito de puro prazer aflorou da sua garganta.
- Depressa, depressa – era quase um canto – depressa…
Morreria sem ele dentro dela. Frenética, ela fazia um esforço para abrir as calças o mais depressa possível.
Os dedos dele tremiam. O estrondo na sua cabeça era de mil ondas violentas a desabarem sobre mil rochedos poderosos. Ele sabia apenas que seria destruído se esperasse mais um momento.
As ancas dela ergueram-se contra ele. Penetrou-a num único movimento, numa arremetida firme e violenta.
Os gemidos de ambos ondularam pelo ar, e os seus olhos voltaram a encontrar-se… choque espelhando choque. Fitaram-se por uma fracção de segundo, depois duas.
E depois tudo era movimento, uma união frenética, impelida pelo sangue ardente. Carne contra carne, os acordes da respiração acelerada, o grito baixo de uma mulher ao alcançar o orgasmo. Corpos que mergulhavam juntos, numa dança sinuosa e sensual.
Ela veio-se de novo, atordoada com a intensidade. Enquanto as suas mãos deslizavam inertes para as cobertas amarrotadas, sentiu que ele também mergulhava.
Ficou imóvel, exausta, maravilhosamente esgotada, com o rosto dele nos seus cabelos, aquele corpo adorável a comprimir-se contra o seu.
(Nora Roberts)

2 comentários:

Almeida Lucius disse...

Gostei muito do escrito, com sabor e muita paixão, os detalhes pequenos que fazem a diferença, meus parabens !!!

Anónimo disse...

Que livro é?