terça-feira, 30 de setembro de 2008

Seios

Teus seios pequeninos que em surdina,
pelas noites de amor, põem-se a cantar,
são dois pássaros brancos que o luar
pousou de leve nessa carne fina.

E sempre que o desejo te alucina,
e brilha com fulgor no teu olhar,
parece que seus seios vão voar
dessa carne cheirosa e purpurina.

Eu, para tê-los sempre nesta lida,
quisera, com meus beijos, desvairado,
poder vesti-los, através da vida,

para vê-los febris e excitados,
de bicos rijos, ávidos, rasgando
a seda que os trouxesse encarcerados

(Hildo Rangel)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Fazer amor contigo!

Os teus lábios me tocaram, estremeci!...
Numa inquietação meu corpo treme,
O nosso olhar se cruza, cedi!...
Fúria louca, quero teu sexo em mim!

Coração no sexo geme, grita!
Ou é de ti em mim, ou de mim em ti...
Tua mão trespassa-me pelo corpo,
E o mundo inteiro, pára ali!

Fazer amor contigo,
Baloiçar, desejo ao ser lambido!...
Ensandecido instante faminto,
Quebra todo e qualquer infinito...

Luísa Raposo

Loucura

Toca-me devagarinho,
Acaricia minha pele de mansinho…
Beija-me lentamente…
Abraça-me ardentemente,
Agarra-me com ternura,
Possui-me com loucura,
Grita meu nome desesperadamente!
Faz-me gemer de prazer,
Põe-me doida sem o ser,
Faz-me tua para sempre!
Agarra meus seios que são teus,
Põe em mim pedaços teus,
Leva-me ao céu, se puderes!
Mostra-me amor e paixão,
Estou feliz em tuas mãos…
Estarei aqui quando quiseres!
(Vera Silva)

domingo, 28 de setembro de 2008

Aconteceu...


Ele não quisera tocar-lhe. Era o seu último pensamento coerente antes de subir as mãos e de as encher com os seios dela. O gemido gutural dela espalhou-se pela sua boca como vinho, rico e inebriante.
Nessa altura, já ele lhe arrancava a camisa e se afastava da mesa em simultâneo – Que se lixe – murmurou com a boca colada na dela, ávida, levantando-a.
Ela enrolou os braços e as pernas à volta dele como um cordão de seda, a camisa pendurada por um braço, onde os botões ainda estavam apertados. Por baixo, trazia uma camisola de algodão simples, tão erótica para ele quanto rendas de ébano.
Era pequena e leve, mas da forma como o sangue lhe latejava no cérebro, sabia que podia até levantar uma montanha. A boca atarefada dela nunca parava, correndo da face para o maxilar, para a orelha e regressando, enquanto ecoava gemidos sensuais na garganta.
Os seus lábios voltaram a unir-se num beijo ávido e desesperado. Como a ombreira da porta e as próprias pernas a seguravam, ele libertou a boca para a colar ao seio dela, chupando voraz através do algodão.
O prazer que ela sentia, obscuro e adverso, trespassava-lhe o corpo como uma lança. Isto era imenso, apercebeu-se ela assim que o sangue que lhe corria nas veias começou a vibrar como um motor. Muito mais intenso do que ela esperara. Não se podia ter preparado para aquilo. Mas não havia volta possível.
Se foi a loucura que tomou conta dele, também a dominou a ela.
Da parte de ambos, não havia pensamento ou necessidade de carícias meigas, de palavras doces ou mãos vagarosas. Lançaram-se um ao outro, imprudentes como animais, arrancando as roupas, puxando, esticando, pontapeando os sapatos, na ânsia constante de alimentar beijos violentos.
O corpo dela era como um motor, atestado para a competição. Contorceu-se, rolou e deslizou, com a respiração golpeada por arquejos ardentes. Costuras rasgadas, ânsias exploradas.
Ele tinha as mãos macias. Se a ocasião fosse outra, poderiam ter escorrido pelo corpo dela como água. Mas, de momento, elas agarravam, magoavam e pilhavam, arrancando um prazer incomensurável que trespassava o corpo dela, como os raios dilaceram o céu tenebroso. Ele voltou a encher as mãos com os seios dela e agora, sem barreiras, levou os mamilos duros à boca.
Ela gritou, não de dor pelo roçar duro dos dentes e da língua dele, mas de glória, enquanto o primeiro orgasmo, severo e perverso, a atingia como um golpe.
Não esperara que a atingisse tão rápido e com tanta intensidade, nem experimentara o abandono que lhe fora imediato, no rescaldo da tempestade. Antes de conseguir recuperar do espanto, novas ânsias dilaceravam-na por dentro.
Nunca acreditara, nunca, que o desejo a podia engolir, deixando-a trémula. Mas estremeceu às mãos dele, sob a urgência selvagem da sua boca. Durante outro interlúdio atordoante, ficou totalmente vulnerável, os ossos derretidos, e a mente descontraída, abismada pela rendição causada pelo assombro do seu próprio clímax.
Ele nem sentiu a mudança. Apenas sabia que ela vibrava debaixo dele como um arco disparado. Estava húmida e quente, numa excitação insuportável. O corpo dela era macio, suave, flexível, todas as reentrâncias e curvas eram dele para explorar. Conhecia apenas o desejo desesperado da conquista, de posse, deleitando-se com o sabor da sua carne até parecer que a essência dela corria pelas suas veias como o próprio sangue.
Agarrou-lhe na mão e possuiu-a, até ela gritar outra vez o nome dele como um gemido no ar.
O quarto girava como um carrossel à volta dela que, soltando as mãos das dele, lhe entrelaçou os dedos no cabelo. De novo o desejo trespassava-a vorazmente. Ergueu as ancas.
- Agora! – a intimação saltara-lhe da garganta.
Mas ele já mergulhara dentro dela, fundo e intenso. Ela arqueara-se para trás, para cima, numa recepção gloriosa enquanto o prazer aspergia pelo corpo num relâmpago lancinante e em fusão. O corpo dela encontrou o dele, acompassando os ritmos, toque por toque desesperado. Ele não sentiu as unhas dela a arrancar as costas.
Com a visão turva e nublada, observou-a, viu cada sensação avassaladora passar pelo seu rosto. Não era suficiente, pensou ele, ainda tonto. Até mesmo quando o arrependimento tentava espreitar pela armadura brilhante da paixão, ela abriu os olhos e voltou a pronunciar o seu nome.
Então, ele afogou-se naquele mar verde e, enterrando o rosto no fogo do cabelo dela, rendeu-se. Com um último raio de desejo glorioso, esgotou-se dentro dela.

(Nora Roberts)

sábado, 27 de setembro de 2008

Delírio


Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!

Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.

Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
Mais abaixo, meu bem! num frenesi.

No seu ventre pousei a minha boca,
Mais abaixo, meu bem! disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci....

(Olavo Bilac)

No teu corpo

Há dias que te imagino
Assim, sedenta de mim.
Teus lábios como pétalas
Que me sorvem…
Que eu desfolho em beijos nunca desfeitos
Teus seios como colinas encimados
Por auréolas que te arrancam gritos.
Tuas ancas belas
Onde travo em cada curva
E acelero em contra curva
Parto á desfilada,
Penetro na tua noite
Esporeio éguas em teu ventre

(Jaber)

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Erótico e Poético

As coxas em simbiose, estremecem entre luzes.
Em nuvens de desejos, os reflexos incontidos despidos
Em espasmos de sonhos meus seios voam em tua direção...
Em toques, em beijos e em magia se contorcem em tuas mãos.
Na penumbra, meu corpo entre lençóis, hortênsias e uvas são um banquete à voraz emoção.
Nas minhas marcas de curvas latentes, teu corpo é o guia.
Que cegamente me acata, me nutre e me acaricia.
Numa pele sem pudor, em que teu ventre junta-se ao meu...
Nas gotas de amor que fluem de ti...
Na sedenta boca, um brinde ao doce céu.
Tal abelha reino então, com teu corpo no meu mel...
E deste sonho, eu pinço de ti toda ternura.
Num jato de amor, me levas à loucura.


(Ledalge, 2007)