domingo, 6 de setembro de 2009

Erótica



A noite descia
como um cortinado
sobre a erva fria
do campo orvalhado.
e eu (fauno em vertigem)
a rondar em torno
do teu corpo virgem,
sonolento e morno,
pensava no lasso
tombar do desejo;
em breve, o cansaço
do último beijo...
E no modo como
sentir menos fácil
o maduro pomo
do teu corpo grácil:
ou sem lhe tocar
– de tanto o querer! –
ficar a olhar,
até o esquecer,
ou como por entre
reflexos do lago,
roçar-lhe no ventre
luarento afago;
perpassando os meus
nos teus lábios húmidos,
meu peito nos teus
brancos
seios
túmidos...



Carlos Queirós

1 comentário:

Rosana disse...

Ai, ai, que texto, pra lá de instigante, minha querida, a tempos eu fechei meu blog, mas, como nada é para sempre, eu o reabri e em comemoração, tem um selinho que gostaria que vc trouxesse com vc, como um carinho, beijos em seu coração!


Rosana