sábado, 27 de setembro de 2008

Delírio


Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!

Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.

Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
Mais abaixo, meu bem! num frenesi.

No seu ventre pousei a minha boca,
Mais abaixo, meu bem! disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci....

(Olavo Bilac)

2 comentários:

Unknown disse...

E mais abaixo... não digo mais nada!
Adoro o poema. Gosto de Olavo Bilac e a escolha foi excelente.

Beijinhos

RS disse...

Olá,
Hummmmm, faz crescer água na boca :)
Um belo sitio, mais abaixo
Beijo