quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Mostra-me


- Falamos tudo o que quiseres – prometeu ele – depois de eu te mostrar tudo aquilo que tenho andado a pensar em fazer-te o dia todo.
A língua dele secou quando ela fez escorregar a blusa. Esta noite, ela usava seda por baixo, seda escura e perigosa que mergulhava decotadamente de forma provocante na curva dos seus seios e depois descaia para luzir debaixo do cós da saia.
- Quero ver o resto – conseguiu dizer, abrindo o fecho de correr.
- Mostra-me – disse ela – mostra-me o que é que pensaste em fazer-me – Esmagou a boca contra a dele, insuportavelmente ansiosa. – Depois faz mais.
Ele podia tê-la comido viva, tê-la consumido centímetro a centímetro e depois ter uivado à Lua como um lobo raivoso.
Então mostrou-lhe, atacando-lhe a boca, deixando as suas mãos vaguearem com a pressa que lhes apetecia. Os sons da garganta dela tornaram-se mais fortes, mais selvagens. Sentiu os dentes dela a mordiscarem e a puxarem-lhe o lábio, levou os seus à garganta dela para devorar a curva de seda aveludada.
Ela já estava húmida quando ele a envolveu. Se a puxasse para cima, implacavelmente, se o gemido dela se transformasse em algo mais próximo de um grito, ele estaria demasiado descontrolado para parar.
As pernas dela afivelaram-se simplesmente. Ela sentiu-se a cair, sentiu a almofada do corpo dele debaixo do seu, depois o seu peso quando ele rebolou.
A boca dele estava em toda a parte, chupando gloriosamente através da seda, depois por baixo dela. As suas mãos estavam excepcionalmente rápidas, alisando de um lado, e agarrando do outro. As dela não estavam menos apressadas, procurando carne, descobrindo, explorando.
Ela arrancou e puxou-lhe o botão das calças, murmurando promessas e súplicas enquanto lutavam sobre o cobertor.
Ofegando, ela afastou-lhe as pernas, depois, num gesto rápido como um relâmpago, que lhe toldou os sentidos, puxou-o para si.
Enquanto a espantosa e violenta glória do acto o trespassava, viu-a arquear-se para trás. O corpo dela era sinuoso e macio, o seu cabelo uma enxurrada de seda, o seu rosto uma escultura de puro triunfo e prazeres carnais.
Enfeitiçado, esticou-se, encontrou os seus seios e observou as aos a fecharem-se neles. Sentiu o peso, a quente pressão dos seus mamilos, a batida selvagem do seu coração.
Do dele, pensou vagamente enquanto o seu corpo estremecia de insuportável desejo.
O sangue começou a ferver-lhe no tronco, na cabeça e ele tinha certeza que ia explodir.
Viu os braços dela a levantarem-se, a erguerem-se como os de uma bruxa em direcção ao céu. Os movimentos dela aceleraram. Depois a mente dele confundiu-se e o seu corpo entrou em erupção, esvaziando-se dentro dela.
Num gemido longo e estremecido, ela deslizou para baixo dele. Havia visões a dançar na sua cabeça, esbatidas.


(Nora Roberts)

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