quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Nunca tinha sido assim


Ele sorria enquanto lhe envolvia o rosto ternamente com as suas mãos e a beijava. Ele trataria de tudo, dando-lhe tanto o seu coração como o seu corpo. E possuindo o dela. Portanto as suas mãos estavam macias, à vontade, enquanto lhe tocava – nos ombros, nas costas, pelo cabelo, enquanto a sua boca a persuadia pacientemente a dar-lhe mais. A aceitar mais. Só um pouco mais.
Ela ainda tremia, mesmo enquanto o seu corpo se inclinava mais genuinamente contra o dele, enquanto o som do prazer silencioso saia em suspiro dos seus lábios, e depois dos dele.
Um murmúrio de surpresa e desejo caiu em lamúria da garganta dela enquanto ele a beijava novamente, com as mãos no seu rosto e os dedos a percorrê-lo.
O seu fôlego preso libertou-se tremulamente quando os dedos dele pousaram no botão de cima da sua camisa. Lentamente, ele abriu-lhe a camisa, esticou-a e colocou a palma da mão contra o coração dela.
- Pensei em tocar-te. Em como seria o toque da tua pele. E o sabor. E o cheiro. – Olhando para ela, fez escorregar a camisa dos seus ombros.
Os olhos dele ficaram com ar solene quando ele percorreu a curva descendente do soutien dela com a ponta do dedo, voltando depois a subir. Sabia que ela seria macia. Mas a forma como a sua pele tremia com o seu mais leve toque, a forma como a sua cabeça como a sua cabeça descaia em rendição aturdida, acrescentava doçura ao desejo.
Por isso não possuiu – embora já pudesse sentir a forma como os seios dela se arredondavam, pequenos e firmes nas suas mãos. Ao invés, inclinou a cabeça e tomou-lhe de novo a boca. Os sabores obscuros e potentes invadiram-lhe o corpo, insinuando sabores mais quentes e mais íntimos.
- Quero… - as mãos dela tremiam enquanto lhe apertava a camisa. Acalmou-se ao olhar para os olhos dele. – Quero-te mais do que alguma vez imaginei – desabotoou-lhe a camisa, esticando-se para a puxar dos ombros. Depois baixou o olhar.
Experimentou espalhar as mãos pelo peito dele, onde a pele era macia, e a batida do coração dele disparou.
Depois, o dela saltou-lhe para a boca quando ele lhe desapertou o cós das calças, Enfeitiçada, sentiu-o a pegar-lhe na mão, balançando-a enquanto ela se libertava das calças.
- Deita-te comigo – murmurou ele – vem deitar-te comigo.
Ele deitou-a no cobertor e capturou-lhe a boca.
Tocou-lhe com uma ternura assustadora, moldando-lhe os seios, dando a si próprio o prazer doloroso de deslizar por debaixo do algodão para testar e provocar. Precisava do sabor que o tentava ao longo da garganta dela, sobre os seus ombros. Quando a sua língua deslizou, como haviam feito os seus dedos, por debaixo do material para humedecer o seu mamilo, ela arqueou-se. Ele abriu o fecho dianteiro do soutien e levou-a, sedosamente, à boca.
Atormentada, extasiada, apertou-o mais perto. Por debaixo dele, os movimentos eram frenéticos, descarados. Ele estava a desmanchá-la, com língua e dentes e lábios, obrigando-a a implorar com palavras atabalhoadas e ofegantes. O clímax sólido e agitado deixou-a a estremecer, a estremecer até se deixar cair frouxamente para trás.
Nunca ninguém a tinha feito sentir tanto.
Com um gemido ele pressionou os lábios contra a sua carne, deixando a mão vaguear agora mais por baixo, sobre a curva da sua cintura e ancas. A boca dele deslizava pelas suas costelas. – Meu Deus, o que é que estás a fazer?
- A dar-te prazer – e tencionava fazer-lhe mais coisas, tinha de fazer-lhe mais. A necessidade aumentava dolorosamente dentro dele, todo aquele sangue quente e a luxúria violenta que ele sabia que não conseguiria acorrentar durante muito tempo. Puxou-lhe as cuecas e mordiscou – A dar-me prazer.
O corpo dela era um tesouro de delícias obscuras que ele tencionava explorar totalmente. Mas o tempo de lazer passara. Já ávido, possuiu-a, deliciando-se nos seus movimentos agitados, nos seus arquejos e gritos.
Ele queria-a assim, indefesamente sua, agarrando-se enquanto ele a deixava implacavelmente em brasa. E quando ela se contorceu, molhada e selvagem, ainda não era suficiente.
Ele arrancou as calças de ganga enquanto levava a boca numa viagem alucinante pelo tronco dela acima, pelos seus seios palpitantes e de volta aos seus lábios trementes.
Ela arqueou-se apressadamente contra ele, depois entesourou-o com força com as suas pernas.
Então, gritou em triunfo quando ele a penetrou com força e profundamente. O orgasmo percorreu-a como uma onda de lava, deixando-a abalada e a escaldar.
As suas mãos deslizaram frouxamente das costas dele. Sentiu-o a enrolar-se, depois a estremecer e então a deixar cair o seu peso sobre ela.
Ela estava a tremer de novo, ou ainda, pequenas explosões que ele sabia serem as réplicas de bom sexo.
- Provavelmente vais ficar todo convencido quando te disser isto – disse ela – mas nunca ninguém me fez sentir assim.


(Nora Roberts)

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