domingo, 5 de outubro de 2008

Tens fome?

- Tens fome?
- Deus, e como!
- Que bom. Também estou a morrer de fome. – Então saltou, agarrando-se a ele e enlaçando as pernas em volta da sua cintura, enquanto esmagava a boca contra a dele.
Ele desequilibrou-se e deu dois passos desajeitados para trás. Todos os pensamentos racionais pareceram derreter-se e escorreram-lhe do cérebro, saindo pelas orelhas.
- Sexo agora… - disse ela, já com a respiração ofegante, enquanto corria os lábios por todo o rosto dele e lhe mordia o pescoço - Está bem para ti assim?
- Excelente! – Ele cambaleou em direcção ao quarto, conseguindo chegar só até à entrada, antes de ter de se apoiar no batente da porta. – Espera só… até eu… - mudou o ângulo do beijo, penetrando mais fundo dentro da sua boca, quando ouviu o gemido dela responder ao seu como um eco.
- Estou sempre a sentir o teu sabor. Isso deixa-me louco.
- A mim também. Quero-te nu. – E começou a puxar-lhe a camisa.
- Espera. Mais devagar!
- Porquê? – Rindo, ela fazia coisas torturantes com a língua na orelha dele.
- Porque sim… Meu Deus. Porque já fantasio com este momento há tanto tempo – os dedos dele apertaram as costelas dela enquanto ambos se aproximavam da cama – parece que já passaram séculos. Não quero fazer tudo a correr. – Conseguiu agarrar um punhado de cabelos dela, puxando-lhe a cabeça um pouco para trás até os seus olhos se encontrarem.
- Quero saborear-te. Quero… Quero que passem anos até acabar de fazer amor contigo. Até acabar de te tocar, por toda a parte. Até acabar de sentir o teu sabor.
- Estou a gostar do que propões… - Ela tremeu o corpo sob o dele.
Ele seguiu com a ponta dos dedos a linha exposta da barriga dela no momento em que lhe puxou a camisa para cima. E baixou a cabeça de repente, para, no último instante, mudar o ângulo, de forma a que os seus lábios ficassem a roçar sobre o maxilar inferior dela.
Ele queria-a mole, fraca, estupefacta de tanto prazer.
Ela jamais conhecera outro homem que acendesse tantas fogueiras interiores apenas com os movimentos da boca.
Quando libertou as mãos dele, sentiu os braços ficarem soltos e pesados. Conseguindo levantá-los, arrancou-lhe os óculos e trouxe novamente a boca dele até à sua.
Ele tocava-a agora num deslizar de dedos, enquanto lhe despia a camisola, subindo um centímetro de cada vez. Uma jornada preguiçosa por cima dos seus seios, pela borda do sutiã e depois a dança excitante dos dedos a trabalhar no fecho.
Enquanto isso, ela tirava-lhe a camisa, deixando as mãos passearem sobre o seu corpo em retribuição.
Então a sua boca desceu sobre a dela, arrancando um suave murmúrio de prazer.
Sentindo-se sem peso, ela deixou-se flutuar no beijo.
Trepidou levemente numa antecipação de prazer ao sentir a língua dele escorregar levemente pelo lado do seu pescoço. E gemeu quando a mesma língua mergulhou sob a camada de algodão para brincar com o seu mamilo.
Então gritou, arqueando o corpo indefesa, enquanto a boca dele lhe cobra, quente e faminta, toda a superfície do seio. Lutando por um pouco de ar, tentou encontrar um equilíbrio que não veio. Os seus dedos enterraram-se nos lençóis, tentando agarrá-los, enquanto todos os sistemas do seu corpo se precipitaram num mergulho no abismo que separava o contentamento supremo do desespero.
Era como abrir a porta duma fornalha. Um homem era capaz de ser consumido por todo aquele calor. Mesmo assim suplicou por mais. Desapertou o sutiã e encontrou carne quente e carente. Sentiu-a movimentar-se debaixo de si, nuvens de tempestade unindo-se para formar uma massa eléctrica potente, e tremeu diante do seu grito estrangulado de libertação. Quando a sentiu ficar mole novamente sob os seus braços, voltou a mergulhar sobre ela, sobre as linhas esbeltas e firmes de um corpo de mulher, disciplinado e forte. Ângulos e curvas, reentrâncias e linhas lindas, adoráveis. Ele queria engoli-las, explorá-las, absorvê-las.
E o sabor dela foi ficando mais forte, mais quente, mais penetrante. Até que ele se perguntou como conseguira sobreviver sem sentir aquilo.
Estava perdida. Jamais se sentira tão indefesa. Jamais tinha sido levada com uma paciência tão implacável. Ele possuía-a por completo e havia uma enorme excitação nisso; em saber que ela o deixaria fazer qualquer coisa que quisesse; e em saber que ela iria adorar qualquer coisa que fizesse.
A pele dela estava húmida, quente. Extasiada, puxou-o, abriu-se a ele, ofereceu-se com uma liberdade que jamais sentira por outro homem.
Todos os movimentos pareciam-lhe agora impossivelmente lentos, como se os dois flutuassem sobre a água. O corpo dele tremeu e pulsou por ela e o seu coração disparou. Ela sentiu a tensão crescente dos músculos dele por baixo das suas mãos.
Quando os seus sentidos estavam plenos dela, do seu cheiro, do seu sabor e da sua textura, ele elevou-se sobre ela e esperou. Esperou até que aqueles olhos, agora nublados de prazer, se abrissem.
E mergulhou dentro dela. Fundo e mais fundo.
Tomou-a em longos e compassados arremessos, até a respiração dela começar a falhar e o seu sangue pulsar. Observou a pulsação latejante na maravilhosa linha da sua garganta no momento em que a viu sentir uma nova e arrebatadora onda de prazer.
Como que enfeitiçada, ela ergueu-se com ele, caiu com ele e sentiu a impossível necessidade crescer dentro de si novamente.
- Vem comigo… - apertou-lhe os quadris, gemendo ao sentir-se arrastada para o êxtase total uma vez mais.
Ele já estava com ela. O seu mundo pareceu trepidar. Enterrando o rosto na escuridão do emaranhado dos cabelos dela, deixou-se perder.

Ela sentiu-se perfeita. Sexo, decidiu ela, era a mais potente de todas as drogas.

Nora Roberts

1 comentário:

Anónimo disse...

Fome?!
Tanta fome